Anomalias Cromossômicas
Cada espécie
de ser vivo apresenta um número característico de cromossomos nas suas células.
Todos os cromossomos têm uma estrutura bem definida, no entanto,
alterações numéricas e estruturais têm sido verificadas nos cromossomos de
diferentes organismos. Essas alterações recebem o nome de anomalias
cromossômicas.
Tipos de Anomalias
Cromossômicas
As anomalias
cromossômicas podem ser estruturais ou numéricas.
As anomalias
cromossômicas estruturais são provocadas por alterações na estrutura dos
cromossomos.
As anomalias cromossômicas numéricas são modificações na quantidade
de cromossomos.
Anomalias
Cromossômicas Estruturais
Os principais
tipos de alterações estruturais são:
Deficiência
ou deleção
Duplicação
Inversão
Translocação
Deficiência
ou deleção:
é a perda de um segmento devido à quebra desse segmento do resto do cromossomo.
A deficiência pode ser terminal, quando se dá nas extremidades dos cromossomos,
ou intercalar, quando ocorre no meio do cromossomo.
/A
B/C
D E F C D E F
deficiência
terminal
A/B
C D/E
F A E F
deficiência
intercalar
Quando,
durante a meiose, ocorre o pareamento de um cromossomo normal com um cromossomo
com deficiência, observa-se um encurvamento no cromossomo normal, formando uma
alça. Isso acontece para que haja possibilidade de pareamento entre genes
alelos.
As
deficiências podem provocar uma série de anomalias no indivíduo portador,
dependendo do segmento cromossômico perdido.
Duplicação:
é a adição em um cromossomo, de um segmento proveniente do seu homólogo que
sofreu uma deficiência. Portanto, para que haja duplicação em um cromossomo,
faz-se necessário que tenha ocorrido deficiência no cromossomo homólogo. O
cromossomo duplicado apresentará genes repetidos.
A B C D E F
cromossomo normal +
E F
segmento
A B C D E F
E F
cromossomo duplicado
Inversão:
é a troca na seqüência dos genes ao longo do cromossomo. A inversão acontece
quando um segmento se quebra do cromossomo, sofre uma rotação de 180º e, em
seguida, liga-se novamente ao cromossomo, alterando, dessa forma, a seqüência de
genes. A inversão geralmente ocorre na
prófase meiótica.
A
B
C D E F
G H I
cromossomo normal
A
B C D
G
F
E H I
cromossomo invertido
Translocação:
é a adição, em um cromossomo, de um segmento proveniente de um outro cromossomo
que não é o seu homólogo. Na translocação ocorre deficiência em um outro
cromossomo não homólogo do que recebeu o segmento.
A B C D E F cromossomo normal
W Z
segmento não homólogo
A B C D E F
W Z
cromossomo translocado
Algumas
vezes, cromossomos não homólogos trocam segmentos entre si, determinando uma
translocação recíproca.
Freqüência
das Mutações
As mutações
não ocorrem tão raramente quanto parece. A freqüência delas é relativamente
grande, porém, como são geralmente deletérias, os mecanismos de reparo
do DNA evitam que grande parte das mutações se estabeleça.
Existem
vários mecanismos de reparo, como a excisão de nucleotídeos. Nesse tipo de
mecanismo, uma enzima chamada exinuclease ABC cliva e remove a região onde houve
a mutação. O vazio resultante é preenchido posteriormente, de forma correta,
pela ação da enzima DNA-polimerase, que usa a cadeia de DNA como molde para
proceder ao reparo.
Efeitos das
alterações estruturais dos cromossomos na espécie humana.
As alterações
estruturais dos cromossomos podem atuar em vários níveis.
-
Podem impossibilitar a
gametogênese, por não permitir o pareamento dos
cromossomos homólogos durante a meiose.
-
Podem tornar
inviável o embrião, promovendo, dessa forma, o
abortamento.
-
Podem
provocar, no caso de ser possível o desenvolvimento do organismo, alterações
no fenótipo do indivíduo, acarretando síndromes de alterações
cromossômicas. Geralmente o indivíduo portador dessas síndromes apresenta mais
de um cromossomo com estrutura alterada porque, como foi visto, para que ocorram
as alterações estruturais de um cromossomo, é necessário que outro também tenha
sua estrutura alterada.
Como exemplo
de alterações cromossômicas estruturais temos a síndrome de
cri-du-chat ou síndrome do miado do gato, provocada pela deficiência
de um segmento do cromossomo 5. Nesta, os bebês apresentam o choro semelhante ao
miado do gato (daí o nome da síndrome). Tais bebês apresentam microcefalia
(cabeça pequena), nariz achatado (em cela) e face alargada. Apresentam também
retardo mental, motor e do crescimento. Os indivíduos portadores dessa síndrome
morrem nos primeiros meses de vida ou na primeira fase da infância.
Outra
anomalia cromossômica estrutural importante é a síndrome de
duplicação-deficiência do par de cromossomos 3. Nela, o bebê apresenta o
crânio em forma de cone, veias proeminentes no couro cabeludo, sobrancelhas
salientes, pêlos faciais, glaucoma (endurecimento do globo ocular). Possuem
também o nariz curto, orelhas implantadas abaixo da posição normal, membros e
pescoço curtos e deformações dos pés. Essa síndrome é causada pela deficiência
de um segmento do cromossomo 3 e a duplicação do outro cromossomo 3, que recebeu
o segmento do seu homólogo.
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