Durante o 
desenvolvimento dos seres vivos, ocorrem vários processos biológicos:
				
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					Multiplicação celular: 
	aumento do número de células, através de mitoses sucessivas. 
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					Crescimento: 
	obtido pelo aumento do número de células e pelo aumento volumétrico de cada 
	célula (elongamento). 
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					Diferenciação:formação 
	dos diferentes tecidos que comporão os órgãos e sistemas, representada pelo 
	conjunto de modificações que o código genético determina nas células que vão 
	se especializar. 
				 
				
				Esses 
processos biológicos são regulados dinamicamente para que aconteçam ou não, em 
tempo e velocidade adequados.
				
				 
				
				Nos vegetais, 
o controle biológico é exercido por fatores externos e internos.
				
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					Fatores 
	externos ou extrínsecos: 
	luz, temperatura, umidade, concentração de O2 e CO2, 
	salinidade. 
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					Fatores 
	internos ou intrínsecos: 
	código genético, enzimas, hormônios. 
				 
				
				Os 
				hormônios vegetais ou fitormônios exercem um papel relevante 
em todo o complexo processo de desenvolvimento do vegetal, ao longo de toda a 
sua vida. Sua função reguladora depende de vários fatores.
				
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					Concentração: 
	ora podem estimular ora podem inibir os processos metabólicos. 
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					Local da 
	produção ou síntese: 
	meristemas de raiz ou caule (jovens ou adultos); folhas (jovens ou 
	envelhecidas); flor (aparelho reprodutor feminino - frutos e sementes). 
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					Tipo de 
	hormônio: 
	diferenciados pelas respectivas composições químicas - auxinas, giberelinas, 
	citocininas, gás etileno, ácido abscísico, vitaminas do complexo B (B1 
	– tiamina, B2 – riboflavina, piridoxina, ácido nicotínico, ácido 
	pantotênico). 
 
				
				Auxinas
				
				 
				
				
				Naturais 
(AIA – ácido indolil acético) ou sintéticas (2,4-D e ANA), participam de 
vários processos: tropismos, enraizamento de estacas, dominância apical, 
abscisão das folhas, formação de frutos.
				
				 
				
				
				1. Tropismos 
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				Movimentos orientados de raízes e caules.
				
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					Geotropismos – crescimento das extremidades do caule, afastando-se do 
	centro de gravidade da Terra, enquanto cresce verticalmente para cima 
	(geotropismo negativo) e crescimento da raiz se aprofundando no solo 
	(geotropismo positivo). Uma planta colocada em posição horizontal terá, por 
	ação da gravidade, grande deposição de auxinas na parte inferior. A raiz 
	terá crescimento mais rápido do lado superior, onde a concentração de 
	auxinas é menor, curvando-se e aprofundando-se no solo. O caule terá 
	crescimento mais rápido do lado inferior, onde a concentração de auxinas é 
	maior, curvando-se para cima e crescendo verticalmente. 
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					Fototropismos – movimentos relacionados à luminosidade. A luz destrói as 
	auxinas que são fotolábeis, o lado da planta que está bem iluminado tem 
	pouca auxina e grande parte do hormônio migra para o lado menos iluminado, 
	provocando a curvatura e crescimento em direção à luz. Assim, na extremidade 
	das coleóptiles (primeiras folhas na germinação de monocotiledôneas), do 
	lado mais iluminado, onde a concentração de auxinas está menor, o 
	crescimento é mais lento; do lado menos iluminado, a concentração é maior e 
	o crescimento é mais rápido. Processos semelhantes de curvatura ocorrem com 
	o pecíolo das folhas e o pedúnculo das flores. 
				
				2. 
Enraizamento de estacas 
– a reprodução vegetativa (assexuada) de alguns vegetais pode ser feita com 
segmentos de caules contendo gemas (meristemas). Se estas estacas permanecerem 
certo tempo mergulhadas em solução de auxinas, antes de serem plantadas, o 
enraizamento é mais intenso e rápido, aumentando a probabilidade das estacas 
vingarem.
				
				 
				
				
				3. Dominância 
apical 
– a gema apical do caule (extremidade) produz grande quantidade de auxinas o que 
impede o desenvolvimento das gemas laterais. Quando se retira a gema apical, 
interrompe-se a inibição das gemas laterais que crescem, tornando o caule mais 
frondoso (carregado de ramos e folhas). A poda periódica das gemas apicais é um 
hábito comum entre os cultivadores de flores.
				
				 
				
				
				4. Abscisão 
das folhas 
– à medida que a planta vai envelhecendo, as gemas apicais produzem menos 
auxinas. Essa redução provoca o crescimento de camadas de células transversais 
ao pecíolo das folhas as quais interrompem o fluxo das seivas, provocando a sua 
queda. O processo é comum em determinadas espécies que perdem as folhas no 
outono.
				
				 
				
				
				5. Formação 
de frutos 
– as auxinas produzidas no ovário estimulam os grãos de pólen sobre o estigma do 
gineceu a desenvolverem o tubo polínico (quimiotropismo positivo). 
				
				
				 
				
				No interior 
do tubo polínico estarão dois gametas masculinos que realizarão dupla fecundação 
no interior do saco embrionário contido no óvulo. Do óvulo se formará a semente, 
a qual produz auxinas que estimulam a transformação do ovário em fruto.
				
				 
				
				Em algumas 
flores, as auxinas do ovário promovem o desenvolvimento do fruto, mesmo não 
tendo ocorrido a polinização, portanto a fecundação. Esses frutos são chamados 
de partenocárpicos e não terão sementes (parteno = virgem; carpo = fruto). A 
banana é um fruto partenocárpico natural, o limão-taiti, a uva-passa e a 
laranja-baía são partenocárpicos artificiais. No morango, a partenocarpia 
provocada pela aplicação de auxinas desenvolve inclusive o receptáculo floral, 
formando o pseudofruto com os pequeninos frutos secos.
				
				 
				
				 
				
				Giberelinas
				
				 
				
				Existem 
muitas variações químicas, sendo mas conhecido o ácido giberélico A3 
(GA3) que é obtido do fungo Giberella fujikuroi.
				
				Nas plantas 
geneticamente anãs existe uma deficiência desse hormônio. Quando aplicadas 
artificialmente, as giberelinas promovem a formação de frutos partenocárpicos.
				
				Nas sementes 
as giberelinas interrompem a dormência e promovem a germinação pois estimulam a 
produção de enzimas que quebram o amido.
				
				 
				
				 
				
				Citocininas 
				e Vitaminas do complexo B
				
				 
				
				São hormônios 
estimuladores da mitose, principalmente em células de raiz, fazendo o 
crescimento ser mais rápido. 
				
				Quando 
aplicadas sozinhas, as citocininas promovem a divisão celular, quando misturadas 
às giberelinas, em concentração adequada, orientam o elongamento celular. 
				
				
				Em meio de 
cultura, misturadas às auxinas, em proporções variadas, estimulam só crescimento 
ou crescimento com diferenciação de órgãos: só de raiz; só caules e folhas.
				
				 
				
				 
				
				
				Gás Etileno
				
				 
				
				É produzido 
por todos os órgãos vegetais em condições naturais – endógeno. Pode ser obtido 
artificialmente – exógeno – pela queima do querosene, da palha e da serragem.
				
				Provoca a 
abscisão das folhas, a floração e o amadurecimento dos frutos.
				
				Nas folhas 
envelhecidas, com a queda do teor de auxinas, o gás etileno é produzido e 
estimula a formação de camadas de abscisão, causando a queda das folhas. O 
etileno induz a produção da enzima celulase que destrói as paredes celulares. 
Pelo mesmo processo cairão as flores e frutos, ao se formarem camadas de 
abscisão nos pedúnculos.
				
				 
				
				A floração e 
a formação dos frutos pode ser estimulada com a aplicação do etileno, oferecendo 
alternativas importantes para os cultivadores e comerciantes.
				
				Quando inicia 
o amadurecimento de uma fruta, pode-se envolvê-a em jornal ou plástico junto 
com outras. O primeiro fruto a amadurecer produz gás etileno e vai provocar o 
amadurecimento dos outros.
				
				 
				
				No transporte 
para longas distâncias ou no armazenamento por longo período antes da 
comercialização, para evitar que os frutos amadureçam, ou seja, produzam gás 
etileno, deve-se mantê-los em câmaras com temperatura baixa - cerca de 5 ºC, 
atmosfera pobre em O2 e rica em CO2.
				
				 
				
				 
				
				
				Ácido Abscísico
				
				 
				
				O ácido 
abscísico, cumarinas e ácido cinâmico são inibidores pois atuam como 
antagonistas dos outros fitormônios. Eles inibem a germinação das sementes, o 
brotamento das gemas, o alongamento das raízes e estimulam a queda de folhas e 
frutos.
				 
				
				Aplicações 
				dos fitormônios
				
				 
				
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					Aumentar 
	o tempo de armazenamento de vegetais como batatas, maçãs, bananas, etc. 
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					Induzir a 
	floração simultânea e antes da época de abacaxi, maçã, manga, morango. 
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					Impedir 
	as quedas prematuras do fruto, permanecendo mais tempo no pé e adquirindo 
	maior tamanho: laranjas, uvas, maçãs. 
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					Estimular 
	a formação de frutos partenocárpicos: uvas, morangos, laranja-baía, limão-taiti. 
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					Aplicação 
	de auxinas sintéticas que funcionarão como herbicidas seletivos para 
	parasitas. A auxina sintética 2,4-D (ácido dicloro-fenoxiacético) não causa 
	danos às gramíneas (arroz, trigo, centeio), porém mata ervas invasoras que 
	apresentam folhas largas (carrapichos, picões, dentes-de-leão). 
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					Cultura 
	de tecidos em soluções nutritivas, obtendo-se “calos’ (tecido 
	indiferenciado) e depois plantas inteiras, isentas de parasitas: cenouras, 
	batatas, pêra, maçã, morango, etc.