O Reino Protista
É formado por organismos
eucariontes (com núcleo individualizado pela presença da
cariomembrana), autótrofos, heterótrofos e unicelulares.
Integram esse reino as algas, protozoários e mixomicetos, que
são seres vivos semelhantes aos fungos.
O citoplasma já possui algumas
estruturas membranosas como retículo endoplasmático, vacúolos,
mitocôndrias e plastos, embora nem
sempre estejam todas elas presentes no mesmo indivíduo.
Apesar de algumas espécies desses organismos causarem diversas
doenças, outras possuem uma função importante na natureza, como
as algas. Elas liberam para a atmosfera o gás dimetil-sulfeto (DMS),
responsável pela formação das nuvens e por grande parte da
produção de oxigênio do planeta, afinal de contas, 71% da sua
superfície é coberta por água e nesses ambientes normalmente são
encontradas as algas. São ainda a base da cadeia alimentar
aquática.
Esse reino compreende os filos Protozoa, Euglenophyta,
Chrysophyta, Pyrrophyta, entre outros
Protozoa (protozoários):
Organismos microscópicos, unicelulares que podem viver isolados
ou em colônias. Todos são heterótrofos. Alguns têm vida livre
enquanto outros realizam o parasitismo, raramente são comensais.
Sua reprodução é assexuada por cissiparidade ou gemulação; entre
paramécios pode ocorrer a conjugação.
A maioria deles pode se apresentar sob duas formas, conforme as
circunstâncias: a forma trofozoítica que é característica da
espécie; e a forma cística que é sempre esférica e se constitui
num recurso de defesa ou proteção quando o meio se torna
inóspito ou no período de reprodução.
A classificação dos protozoários se baseia principalmente nos
meios de locomoção.
Eles se dividem em Rhizopoda,
Flagellata,
Ciliophora e Sporozoa.
Classe Rhizopoda ou Sarcodina: (rizópodos)
Movimentam-se por meio de pseudópodos. Realizam a fagocitose
para captura de alimentos. Seus principais representantes são as
amebas. Existem amebas de vida livre na água (Amoeba proteus),
comensais do tubo digestivo dos animais (Entamoeba coli) e
parasitas intestinais do homem (Entamoeba histolytica).
Classe Flagellata ou Mastigophora: (flagelados)
Movimentam-se por meio de flagelos cujo número é variável de
acordo com a espécie. Os tripanossomos possuem apenas um; as
tricomonas apresentam 4 ou 6; as giárdias têm 8; as triconinfas
possuem dezenas.
A Trichonynpha aggillis e o
Lophomonas blattarum vivem em
mutualismo nos intestinos de cupins e baratas, respectivamente,
decompondo a celulose da madeira, do papel ou de outros
materiais ingeridos. A maioria vive em parasitismo. São
parasitas da espécie humana:
- Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas; (paciente 2)
- Leishmania brasiliensis, provoca a úlcera de Bauru ou
leishmaniose;
- Trichomonas vaginalis, ocasiona corrimento vaginal;
- Giardia lamblia, provoca fortes cólicas intestinais e
biliares.
Classe Ciliophora: (ciliados)
Movimentam-se por meio de cílios numerosos. Têm dois ou mais
núcleos e são quase todos de vida livre, infusórios, saprobiontes ou comensais. O exemplo mais conhecido é o
paramécio.
A única espécie parasita do homem é o Balantidium coli, causador
de disenteria.
Classe Sporozoa: (esporozoários)
Não possuem organelas locomotoras. São todos parasitas,
geralmente parasitando o sangue. Penetram nas hemácias e nelas
se reproduzem, rompendo-as para reinfectar outras. São por isso
qualificados como hemosporídeos.
Os exemplos mais importantes são do gênero Plasmodium (P.
malariae, P. falciparum, P. vivax) causadores da malária humana
e transmitidos por meio do mosquito Anopheles sp.
Há doenças parecidas no boi e no cão produzidas pelo gênero Piroplasma e transmitidas por carrapatos.
As ilustrações abaixo expressam as
variações de temperatura de um indivíduo com malária
relacionadas com o estado do paciente e o ciclo reprodutivo
assexuado do parasita no interior da hemácia, o acesso febril é
desencadeado pela liberação dos parasitas no plasma.
Mixomicetos
Apesar da semelhança com os fungos, esses organismos fazem
parte do Reino Protista. Comumente encontrados em ambientes
ricos em nutrientes e úmidos, não são prejudiciais à saúde, mas
quando surgem podem ser indícios de desequilíbrio ambiental.
Euglenophyta (euglenas):
Representam um grupo com numerosas espécies todas de hábitat
dulcícola, dotadas de um único flagelo longo e numerosos
cloroplastos bem definidos. São autótrofas, mas se tornam
heterótrofas se perderem os cloroplastos. Reproduzem-se por
cissiparidade longitudinal. Possuem apenas um núcleo central e
um a dois vacúolos pulsáteis. O protótipo é a Euglena viridis.
No passado, as algas já
foram classificadas no Reino Vegetal por sua semelhança com os
vegetais – capazes de produzirem seu próprio alimento por meio
da fotossíntese, entretanto, seu organismo mais simples levou-a
ser considerada um ser vivo do Reino Protista.
O esquema representa a reprodução
da alga Ulothrix
Elas são classificadas em cinco tipos de acordo com os pigmentos
intracelulares:
Chrysophyta (crisófitas ou diatomáceas):
Do grego chrysos = ouro e phyton – planta; são conhecidas como
algas amarelas ou douradas. Possuem uma carapaça silicosa
constituída de duas peças que se encaixam; apresentam contornos
e desenhos variáveis com ornamentos delicados. Após sua morte,
suas carapaças sedimentadas no fundo das águas formam a ‘terra
das diatomáceas’, industrializada como diatomito para o fabrico
de filtros, isolantes térmicos (amianto) e abrasivos para polir
metais.
São todas autótrofas fotossintetizantes e reproduzem-se por
divisão direta binária. Há espécies dulcícolas e marinhas.
Pyrrophyta (dinoflagelados ou pirrófitas):
São aquáticos, na maioria marinhos e alguns apresentam
bioluminescência (Noctiluca milliaris). Fazem parte do plâncton.
Todos possuem carapaça e dois flagelos e movem-se em rodopios
(pião).
A superpopulação de pirrófitas provoca as ‘marés vermelhas’.
Nesses casos, a grande quantidade de catabólitos tóxicos
eliminados por esses organismos provoca grande mortandade de
peixes, tartarugas, focas, aves litorâneas e outros.
As algas pluricelulares
São organismos cujo corpo é formado apenas por um talo, com estrutura
histológica elementar, sem diferenciação de tecidos. Por vezes
apresentam formações que lembram raízes (rizóides) e folhas sem,
contudo, mostrar as estruturas teciduais próprias desses órgãos.
São as Chlorophyta, Rhodophyta e
Phaeophyta.
Chlorophyta (algas verdes, clorófitas ou
clorofíceas):
Representam as algas mais numerosas e espalhadas pelos
ambientes terrestres.
Possuem clorofilas A e B,
xantofilas e carotenoides em seus cloroplastos. O pigmento verde
da clorofila é predominante e suas paredes são compostas de
celulose e reserva de amido.
Vivem na água doce ou salgada; na
terra úmida e em locais secos; sobre troncos de árvores ou em
mutualismo com fungos, formando os liquens. Há espécies
unicelulares e pluricelulares; microscópicas e macroscópicas. As
espécies unicelulares são geralmente portadoras de flagelos
locomotores.
As clorófitas integrantes do plâncton marinho são responsáveis
pela maior parte do oxigênio do ar atmosférico, eliminado graças
à intensa fotossíntese que realizam. Reproduzem-se por meio de
esporos (zoósporos ou esporos móveis, dotados de flagelo) ou
então sexuadamente, por conjugação. Pode ocorrer também a
hormogonia: o talo se fragmenta e cada parte origina um novo
filamento.
Entre as mais conhecidas citamos a Spirogyra
encontrada nos
charcos e rios) e a Ulva ou alface-do-mar (usada como alimento).
Rhodophyta (algas vermelhas, rodófitas ou
rodofíceas):
São geralmente muito desenvolvidas, quase todas
pluricelulares, macroscópicas e marinhas. Suas células, além da
clorofila, possuem um pigmento vermelho – a ficoeritrina –
responsável pela cor que apresentam.
A gelidium produz uma substância gelatinosa conhecida como
gelose ou ágar-ágar, utilizada pela indústria farmacêutica no
fabrico de laxantes; é também empregada no preparo de gomas e
como meio de cultura para bactérias. A carragem, gelatina usada
na fabricação de sorvetes, é também retirada dessas algas.
Phaeophyta (algas marrons ou pardas, feófitas ou
feofíceas):
São muito desenvolvidas e já apresentam rudimentos de
órgãos, ainda que sem a estrutura verdadeira de raízes, caules e
folhas. Contudo já revelam rizóides, caulóides e filóides.
Algumas espécies alcançam mais de 10 metros de comprimento. Além
da clorofila, possuem a fucoxantina, um pigmento marrom que lhes
dá a cor característica.
São muito usadas na China e no Japão para a alimentação humana.
Na Europa algumas espécies servem de forragem para o gado. Nos
EUA são empregadas como fertilizantes, pois são ricas em sais de
potássio, sódio e iodo, constituindo-se em ótimo adubo para o
solo.
Os exemplos mais conhecidos são os sargaços as laminárias e o
gênero Fucus (Fucus vesiculosus).
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