Alelos Múltiplos ou Polialelia - Genótipos dos Grupos
Sanguíneos ABO
Polialelia
é a ocorrência de diversos tipos de genes todos alelos entre si,
já que ocupam o mesmo locus cromossômico, justificando diversas
expressões fenotípicas de um mesmo caráter.
Foi constatado que os grupos sanguíneos, do sistema ABO, são
condicionados não por um par de genes, mas por 3 genes que
interagem dois a dois.
Gene IA, que determina a formação do grupo
A;
Gene IB, que determina a formação do grupo
B;
Gene i, que determina a formação do grupo O.
O I ou i vem de ‘imunidade’.
O gene i é recessivo em relação aos outros dois e não
ocorre dominância entre os genes IA e IB.
IA = IB > i
O quadro abaixo mostra as diferentes possibilidades de tipos
sanguíneos.
GRUPOS |
GENÓTIPOS |
HOMOZIGOTOS |
HETEROZIGOTOS |
A |
IA IA |
IA i |
B |
IB IB |
IB i |
AB |
- |
IA IB |
O |
i i |
- |
Caracterização dos Grupos Sanguíneos do Sistema ABO
GRUPOS |
HEMÁCIAS
aglutinogênio |
PLASMA
aglutinina |
DOA PARA |
RECEBE DE |
A |
A |
anti-B |
A – AB |
A – O |
B |
B |
anti-A |
B – AB |
B - O |
AB |
A e B |
- |
AB |
A-B-AB-O |
O |
- |
anti-A
e anti-B |
A-B-AB-O |
O |
As pessoas do grupo O são conhecidas como doadoras universais.
As do grupo AB são chamadas de receptoras universais.
Fator Rh ou D
Além do grupo sangüíneo, é necessário observar o fator Rh em uma
transfusão sangüínea. Esse é um outro sistema, independente do
ABO.
O nome se deve ao fato de ter sido descoberto inicialmente no
sangue dos macacos do gênero Rhesus. Não é um caso
de polialelia.
O fator Rh é uma proteína (aglutinogênio ou antígeno Rh) que
pode ser encontrada nas hemácias de algumas pessoas (ditas Rh+).
O gene R condiciona a produção do fator Rh;
O gene r condiciona a não-produção do fator Rh.
FENÓTIPOS |
GENÓTIPOS |
Rh+ |
RR - Rr |
Rh- |
rr |
Transfusões possíveis dentro do sistema Rh
Rh- <--> Rh- --> Rh+
<--> Rh+
Um problema muito importante em relação ao sistema Rh é a
incompatibilidade feto-materna.
Quando a mulher tem sangue Rh- e casa com um
homem Rh+, existe a possibilidade de que nasçam filhos
Rh+.
Durante o parto, quando do descolamento da placenta, ocorre uma
passagem de hemácias fetais para a circulação materna. A partir
dessa ocasião, passa a haver uma produção e acúmulo de
aglutininas (anticorpos) anti-Rh no sangue materno.
Em gestações posteriores, de filhos Rh+, os anticorpos maternos
atravessam a placenta, alcançando a circulação do feto. A reação
entre os aglutinogênios fetais e as aglutininas maternas provoca
a aglutinação e a destruição das hemácias (hemólise) do sangue
fetal. A hemoglobina se acumula na pele, provocando a icterícia.
A medula óssea lança no sangue células imaturas (eritroblastos).
O quadro apresentado pela criança ao nascer é chamado de
eritroblastose fetal (EF) ou doença
hemolítica do recém-nascido (DHRN).
Nos casos menos graves, a criança pode sobreviver se for
submetida a uma substituição de grande parte do seu sangue Rh+,
por outro Rh-, que lentamente será substituído por seu próprio
sangue Rh+, pelo seu organismo.
Atualmente, o problema é controlado com a aplicação, na mulher
Rh-, de uma dose única de aglutinina anti-Rh,
obtida do sangue de mulheres já sensibilizadas.
Essa aplicação deve ocorrer nas primeiras 72 horas após cada
parto de feto Rh+.
Como as aglutininas injetadas são heterólogas (não produzidas
pela própria mulher) logo serão eliminadas do seu organismo.
Herança dos grupos sanguíneos
PAIS |
FILHOS |
A x A |
A – O |
A x B |
A – B – AB – O |
A x AB |
A – B – AB |
A x O |
A – O |
B x B |
B – O |
B x AB |
A – B - AB |
B x O |
B – O |
AB x AB |
A – B – AB |
AB x O |
A – B |
O x O |
O |
Observamos no quadro acima que casais AxB, se forem
heterozigotos, podem gerar filhos com qualquer um dos tipos
sanguíneos. Este fato torna o exame de sangue inconclusivo em
casos de confirmação de paternidade/maternidade.
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