Herança Relacionada aos Cromossomos Sexuais
				
				 
				
				
				Os homens são portadores de um cromossomo Y e de um cromossomo X 
				(heterogaméticos), e as mulheres são portadoras de dois 
				cromossomos X (homogaméticas). 
				
				
				São estes cromossomos que determinam se uma pessoa será do sexo 
				masculino ou feminino. É por isto que receberam o nome de 
				cromossomos sexuais ou heterocromossomos, os genes desses 
				cromossomos são chamados de heterossômicos. 
				
				
				O homem transmite seu cromossomo X para as meninas e o Y para os 
				meninos, logo o menino recebe da mãe o cromossomo X e do pai o 
				Y.
				
				
				Assim temos:    
				
				
				Homens:   44 autossomos + 2 heterossomos       ou      44A + XY   
				ou   46, XY
				
				
				Mulheres: 44 autossomos + 2 heterossomos       ou      44A + 
				XX   ou   46, XX
				
				
				Como o cromossomo Y é menor que o cromossomo X, e tem uma forma 
				recurvada, ocorre que, em certa região do cromossomo X 
				aparecerão genes sem alelos correspondentes no Y. 
				
				
				Devido à forma encurvada do cromossomo Y, nesta região 
				aparecerão, também, genes sem alelos correspondentes no X.
				
				
				
				 
				
				
				Já foram estudadas algumas características humanas, cujos genes 
				estão localizados nestas zonas sem alelos. 
				
				
				A herança dos genes 
				localizados nos alossomos se divide em:
				
				
				
				A herança é considerada ligada ao sexo 
				quando os genes envolvidos situam-se no cromossomo X, 
				em sua porção não-homóloga. 
				
				
				Os critérios para identificar características recessivas ligadas 
				ao cromossomo X podem ser resumidos assim:
				
					- 
					
					
					 Ocorrem com mais freqüência em machos do que em fêmeas; 
- 
					
					
					As características são transmitidas a partir de um macho 
					afetado aos seus netos através de suas filhas (efeito 
					ziguezague); 
- 
					
					
					Um alelo ligado ao X nunca é transmitido diretamente de pai 
					para filho masculino; 
				
				Todas as fêmeas afetadas têm pai afetado e a mãe afetada ou 
				portadora.
				
				
				Os exemplos mais citados são:
				
				
				 Daltonismo ou discromatopsia: dificuldade de distinguir 
				as cores, mais comumente confundem o verde e o vermelho. Existe 
				uma forma de daltonismo cujos genes estão localizados em 
				autossomos, sendo herdada por homens e mulheres.
				
				
				Hemofilia: dificuldade de coagulação sangüínea. Hemofilia 
				A caracterizada pela falta do fator VIII (cerca de 85% dos 
				casos). Hemofilia B ou doença de Christmas caracterizada pela 
				falta do fator IX ou PTC.
				
				
				Distrofia muscular de Duchenne: degeneração gradual das 
				fibras musculares estriadas, causando paralisia, os sintomas 
				aparecem entre os dois e seis anos de idade. Os músculos das 
				pernas e ombros ficam rígidos e os indivíduos ficam paralisados 
				e deformados durante a puberdade. Geralmente ocorrem lesões no 
				miocárdio, ocasionando morte por insuficiência cardíaca em 75% 
				dos casos. A maioria morre antes dos 21 anos.
				
				
				Como o daltonismo e a hemofilia são características recessivas 
				localizadas no cromossomo X (sem alelos no Y), elas ocorrem mais 
				facilmente nos homens que nas mulheres.
				
				
				Tomemos como exemplo o daltonismo:
				
				
				
				
				Como não aparece o alelo D, o homem será daltônico com um 
				simples gene recessivo (hemizigoto), o que não acontece com a 
				mulher que, para ser daltônica, precisa ter os dois genes 
				recessivos dd (homozigota).
				
				
				O mecanismo de transmissão de um caráter ligado ao cromossomo X 
				(ligado ao sexo) pode ser mostrado por meio da herança do 
				daltonismo.
				
				
				Quando o pai é daltônico (d) e a mãe é normal (DD), nenhum dos 
				descendentes será daltônico, porém as filhas serão portadoras do 
				gene (Dd = heterozigotas).
				
				
				Quando a mãe é daltônica (dd = homozigota recessiva) e o pai é 
				normal (D), as filhas serão portadoras (Dd) e os filhos serão 
				daltônicos (d).
				
				
				
				
				
				Os genótipos para o daltonismo são assim representados:
				
					
						
							| 
							
							GENÓTIPOS | 
							
							FENÓTIPOS | 
							
							OBSERVAÇÕES | 
						
							| 
							
							XD XD | 
							
							Mulher normal | 
							
							Homozigota dominante | 
						
							| 
							
							XD Xd | 
							
							Mulher normal | 
							
							Heterozigota portadora | 
						
							| 
							
							Xd Xd | 
							
							Mulher daltônica | 
							
							Homozigota recessiva | 
						
							| 
							
							XD Y | 
							
							Homem normal | 
							
							Hemizigoto dominante | 
						
							| 
							
							Xd Y | 
							
							Homem daltônico | 
							
							Hemizigoto recessivo | 
					
				 
				
				 
				
				
				A hemofilia caracteriza-se por uma insuficiência na produção de 
				tromboplastina, enzima fundamental para o mecanismo da 
				coagulação sangüínea. É condicionada por um gene recessivo (Xh) 
				ligado ao sexo. Sendo XH o gene dominante, 
				temos os seguintes genótipos:
				
					
						
							| 
							
							GENÓTIPOS | 
							
							FENÓTIPOS | 
							
							OBSERVAÇÕES | 
						
							| 
							
							XH Y | 
							
							Homem normal | 
							
							Hemizigoto dominante | 
						
							| 
							
							Xh Y | 
							
							Homem hemofílico | 
							
							Hemizigoto recessivo | 
						
							| 
							
							XH XH | 
							
							Mulher normal | 
							
							Homozigota dominante | 
						
							| 
							
							XH Xh | 
							
							Mulher normal | 
							
							Heterozigota portadora | 
						
							| 
							
							Xh Xh | 
							
							Mulher hemofílica | 
							
							Homozigota recessiva | 
					
				 
				
				
				A transmissão da hemofilia é igual à do daltonismo.
				
				
				A herança é considerada restrita ao sexo ou 
				holândrica quando os genes envolvidos situam-se no 
				cromossomo Y, na parte não-homóloga ao 
				cromossomo X (genes holândricos = todos 
				masculinos). 
				
				
				Nesse caso, o caráter manifesta-se apenas nos homens. 
				
				
				
				Um exemplo é a hipertricose auricular (presença de 
				pêlos longos e grossos nas orelhas) e a ictiose 
				(espessamento da pele com descamação).
				
				
				A herança é limitada pelo sexo quando os 
				genes que determinam certo caráter expressam-se melhor de acordo 
				com o sexo do indivíduo, estando localizados nos autossomos, 
				podem se expressar em ambos os sexos, todavia a expressão 
				fenotípica dos genes é determinada pela presença ou ausência de 
				hormônios sexuais. 
				
				
				O desenvolvimento da barba e da musculatura manifestam-se na 
				presença de hormônios masculinos. O desenvolvimento dos seios 
				depende de hormônios femininos.
				
				
				Em bovinos, a produção de leite é determinada geneticamente, os 
				genes estão presentes em machos e fêmeas. Um touro de raça 
				produtora de leite transmitirá os genes às suas filhas, embora 
				não expressem esta característica.
				
				
				A herança influenciada pelo sexo pode estar em genes 
				localizados nos autossomos ou na porção 
				homóloga dos alossomos. A dominância ou 
				recessividade é influenciada pelo sexo do portador.
				
				
				O gene C (dominante), que determina a calvície humana, 
				atua melhor na presença de hormônios masculinos. No homem 
				comporta-se como dominante e na mulher como recessivo.
				
				
				Um homem CC (homozigoto dominante) ou Cc (heterozigoto) será 
				calvo, enquanto uma mulher Cc (heterozigota) terá cabelos 
				normais. 
				
				
				Em mulheres, a calvície só se manifesta quando o genótipo é CC 
				(homozigoto dominante). 
				
				
				Fatores de origem interna, certamente os hormônios, influenciam 
				a manifestação desses genes. Por isso, as mulheres heterozigotas 
				apresentam perda acentuada de cabelos, e até mesmo calvície, 
				após a menopausa, quando ocorrem alterações hormonais, 
				aumentando as taxas de hormônios masculinos.
				
				
				A herança parcialmente ligada ao sexo está relacionada a 
				genes localizados na porção homóloga dos alossomos e seu 
				mecanismo de transmissão é o mesmo dos genes localizados em 
				autossomos, sendo expressos fenotipicamente tanto em homens como 
				em mulheres.
				
					- 
					
					
					Acromatopsia total: cegueira total para cores, os indivíduos 
					enxergam tudo em preto e branco. 
- 
					
					
					Retinite pigmentosa: degeneração da retina acompanhada por 
					deposição de pigmento, levando à cegueira. 
- 
					
					
					Xeroderma pigmentosa: caracterizada por sensibilidade 
					extrema da pele, sobretudo aos raios ultravioleta do Sol que 
					produzem lesões ulcerosas no tecido cutâneo. 
- 
					
					
					Paraplegia espástica: paralisia dos membros inferiores. 
 
				 
				
				
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