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Poluição Ambiental

 

Apesar do fato de que os elementos químicos estão em contínuo reprocessamento na natureza, alguns compostos resultantes de fenômenos naturais ou das atividades humanas, se acumulam na atmosfera, no solo ou nas águas, provocando a poluição ambiental e pondo em risco o equilíbrio ecológico.


Eutrofização
 

Fenômeno causado pelo aumento exagerado da concentração de nutrientes e fertilizantes nas águas, provenientes das indústrias e lavouras, provocando a proliferação exagerada de organismos aquáticos.

As marés vermelhas causadas pelos dinoflagelados (pirrófitas) se enquadram nesse processo.
O excesso de nutrientes causa a superpopulação de algas e outros organismos aquáticos, ocasionando um consumo exagerado de oxigênio e redução desse gás nas águas profundas; o aumento da população reduz a penetração de luz nas camadas profundas, o que prejudica a fotossíntese das plantas imersas, reduzindo a oferta de oxigênio e o aumento do gás carbônico. O ambiente se torna inóspito à vida e surge a mortandade. Com o aumento do número de seres em decomposição, aumenta o número de seres anaeróbios (decompositores).
 

 

Magnificação Trófica

Alguns produtos, por não serem biodegradáveis, permanecem nos ecossistemas e entram nas cadeias alimentares, passando dos produtores aos consumidores dos diversos níveis.

Como apenas cerca de 10% da matéria e energia de um determinado nível trófico são efetivamente aproveitados pelo nível imediatamente superior, os componentes de um certo nível trófico têm que consumir uma biomassa dez vezes maior do que a sua própria. Assim, produtos tóxicos não-biodegradáveis, como o DDT e o mercúrio, vão passando do ambiente para os produtores e desses para os consumidores, sempre numa concentração acumulativa e crescente.
O DDT (dimetil-difenil-tricloroetano) era largamente usado como inseticida no combate aos piolhos, moscas, mosquitos e pragas da lavoura no mundo todo. Ele é um produto sintético que atua sobre o sistema nervoso dos insetos, causado-lhes a morte.

O DDT é um organoclorado, defensivo químico que permanece no meio intacto por muitos anos, acumulando-se nos tecidos dos organismos, principalmente o adiposo e passando inalterado através das cadeias alimentares. Vamos supor que um ambiente onde exista a teia alimentar abaixo receba um tratamento com DDT, para acabar com uma determinada praga. O nível IV indica onde haveria uma maior concentração de produto não-biodegradável.

 

 

Logo aumentou o número de espécies resistentes ao DDT.

Criou-se então o BHC (benzeno-hexaclorito), mais venenoso e também não-biodegradável. Embora proibidos, esses e outros pesticidas e agrotóxicos continuam a ser industrializados e comercializados, pondo em risco a saúde do homem, dos outros animais e o próprio ambiente.
O estrôncio-90 (Sr-90), resultado da fissão do urânio em experiências nucleares, atua competitivamente com o cálcio. Os átomos de Sr-90 são radioativos e circulam na natureza entre os átomos de cálcio (Ca). São absorvidos pelas plantas, passam para os animais, através das cadeias alimentares, e se instalam nos ossos, afetando as estruturas hematopoéticas e se tornando responsáveis por grande incidência de leucemias e cânceres ósseos. O homem adquire o Sr-90 principalmente através do leite contaminado por esse radioisótopo, proveniente de vacas que ingeriram vegetais que, por sua vez, haviam absorvido tal elemento do solo.

Efeito Estufa

Nos últimos anos os humanos tem realizado muito desmatamento e efetuado muitas queimadas. Isso fez aumentar a proporção de CO2 na atmosfera, pois não há vegetação suficiente para utilizá-lo na fotossíntese.
O CO2 atmosférico forma uma camada que impede o escapamento das radiações infravermelhas que a Terra recebeu do Sol. Isso faz com que haja deflexão dessas radiações, e a volta dela à Terra produz um superaquecimento do planeta. Esse fenômeno, chamado efeito estufa, está preocupando muito os cientistas e ambientalistas, pois poderá acarretar futuramente um degelo das calotas polares, aumentando o nível das águas dos mares, provocando inundações.
Se as concentrações de CO2 na atmosfera continuarem a aumentar, a vida na Terra sofrerá muitas alterações. A fauna e a flora terão dificuldade de se adaptarem às rápidas mudanças do clima. Isto influirá sobre a época e os métodos de plantio; sobre a disponibilidade de água; sobre o estilo de vida nas cidades; a desova de peixes; etc.

A Destruição da Camada de Ozônio (O3)

Na estratosfera e mesosfera, o O2 se transforma em O3, por ação das radiações ultravioleta do Sol. O ozônio funciona como um filtro, refletindo parte da radiação ultravioleta dos raios solares. Em pequena quantidade, a radiação ultravioleta é indispensável à realização da fotossíntese, logo, indispensável à vida. Em grandes quantidades, essa radiação causa mutações gênicas, provocando câncer de pele nos humanos e comprometendo a atividade agrícola e o fitoplâncton.
O clorofluorcarbono ou CFC, gás usado em sprays, nos circuitos de refrigeração de geladeiras e ar condicionado e em embalagens porosas de sanduíches e ovos, é inócuo na camada inferior da atmosfera (troposfera), porém, ao chegar às camadas superiores, sob a ação dos raios ultravioleta, ele se decompõe.
O cloro resultante dessa decomposição reage com o ozônio, descompondo-o. Esse efeito dura muitos anos, cada átomo de cloro pode reagir inúmeras vezes com outras moléculas de ozônio.
Desde 1987 tenta-se a redução na produção de CFC, buscando substitutos não agressivos ao meio ambiente.

 


 


A Inversão Térmica

A camada de ar próxima à superfície do globo terrestre é mais quente, sendo menos densa ela sobe e à medida que atinge alturas maiores vai esfriando. Com o movimento do ar as partículas nele contidas sofrem dispersão.
No inverno pode ocorrer a inversão térmica, isto é, nas camadas próximas do solo fica o ar frio e acima dessa camada, o ar quente.
Os poluentes liberados na camada de ar frio não se dispersam. É por isso que, nessas condições, a poluição fica aumentada.

 

A chuva ácida

 

Existe um tipo de chuva ácida que se forma através dos óxidos de enxofre (SO2 e SO3) que, reagindo com a água, produz ácido sulfúrico, como mostra o esquema a seguir. Esse tipo de fenômeno produz inúmeras conseqüências, algumas benéficas, outras altamente prejudiciais ao ambiente.

 


Em Tubarão (SC), estudos técnicos da FATMA (Fundação de Amparo à Tecnologia do Meio Ambiente) prevêem que a unidade IV da Termoelétrica Jorge Lacerda deverá agravar ainda mais a incidência, já registrada, de chuva ácida.
A chuva ácida apresenta um efeito negativo sobre formações vegetais (morte das florestas).
A acidificação dos cursos d'água causa sérias mudanças na estrutura das comunidades aquáticas.
Além dos danos causados à saúde humana, as chuvas ácidas têm provocado a lenta erosão de monumentos históricos, como a acrópole de Atenas, o coliseu de Roma e a catedral de Notre Dame, em Paris.
Muitos solos apresentam uma carência de enxofre (S), o qual precisa ser adicionado aos fertilizantes. A chuva ácida, nesse caso, pode aumentar o rendimento das colheitas que crescem ao longo do curso de rios que sofreram a ação desse fenômeno. Essa é uma conseqüência positiva.
A chuva ácida diminui o pH da solução do solo, interferindo na solubilidade dos sais minerais.



 

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Amara Maria Pedrosa Silva

 

Atualizado em: terça-feira, 07 de setembro de 2021