A Circulação e o Transporte de Substâncias
				
				       
				
				 
				
				A circulação é o fluxo de líquidos e 
				células que conduzem de uma parte a outra do organismo 
				substâncias nutritivas e metabólicas, bem como gases 
				respiratórios e elementos do sistema imunitário. Compreende a 
				circulação sanguínea e a circulação linfática. 
				
				O transporte é o fluxo de substâncias 
				nutritivas, mas não gases respiratórios, através de um sistema 
				de canais pela estrutura das plantas.    
				
				 
				
				
				O Transporte de Substâncias nos 
				Vegetais
				
				 
				
				Os vegetais retiram do ambiente água e sais 
				minerais. Esta solução, chamada de seiva bruta, 
				inorgânica ou mineral, deve ser levada para as folhas, onde 
				servirá de matéria-prima para a fotossíntese. O transporte da 
				seiva bruta é feito através dos vasos lenhosos que 
				formam o xilema ou lenho.
				
				 Utilizando a seiva bruta e o gás carbônico do 
				ar, as folhas fabricam as substâncias orgânicas necessárias ao 
				seu corpo. Uma parte dessas substâncias permanece na folha; 
				outra parte, dissolvida na água, é transportada pelos vasos
				liberianos para todo o vegetal, recebendo o nome de 
				seiva elaborada ou orgânica. O transporte da seiva 
				elaborada é feito através dos vasos liberianos que formam o 
				floema ou líber.
				
				 
				
				
				
				 
				
				A transpiração nas folhas é o fator mais 
				importante nesse transporte. 
				
				Para que a planta efetue uma boa fotossíntese, 
				os estômatos das folhas devem abrir-se, ocorrendo então uma 
				inevitável perda de água por transpiração. Como conseqüência, as 
				células das folhas tornam-se mais concentradas e, por osmose, 
				absorvem água dos vasos lenhosos próximos, juntamente com sais 
				minerais. Esta absorção cria uma constante tensão na coluna 
				líquida, puxando-a. 
				
				A absorção de água do solo pelas raízes repõe a 
				quantidade perdida na transpiração e garante a continuidade do 
				processo.   
				
				 
				
				As substâncias orgânicas fabricadas nas folhas 
				pela fotossíntese são levadas tanto para a raiz e o caule, como 
				para o ápice da planta. Dissolvidas na água há várias 
				substâncias orgânicas como aminoácidos, carboidratos e alguns 
				íons minerais. 
				
				Essas substâncias são transportadas pelos 
				mecanismos de osmose e transporte ativo.
				
				 
				
				
				O Transporte de Substâncias nos 
				Animais
				
				 
				
				Nos animais de maior complexidade, surgiu um 
				mecanismo de transporte mais complicado, com a formação de 
				canais definidos para fluir o sangue ou a hemolinfa com válvulas 
				situadas em posições tais que permitam o fluxo somente numa 
				direção.
				
				 
				
				A hemolinfa é o fluido circulante dos 
				animais invertebrados em geral. 
				
				É uma mistura de água com várias substâncias 
				nela dissolvidas, havendo muitas vezes um pigmento respiratório 
				(molécula que transporta os gases respiratórios). 
				
				Nos insetos o sangue não tem função 
				respiratória, funcionando apenas para transportar alimentos, 
				excretas e hormônios. 
				
				Nos animais vertebrados o fluido circulante é 
				constituído pelo sangue e pela linfa.
				
				 
				
				Toda a massa de líquido em circulação nos 
				animais necessita de um sistema de bombeamento funcionando de 
				maneira contínua para manter o fluido em movimento. 
				
				 
				
				Os principais mecanismos de bombeamento são:
				
					- 
					
					Vasos contráteis, encontrados em 
					anelídeos, artrópodes e protocordados 
- 
					
					Coração dividido em compartimentos, 
					encontrado em moluscos e vertebrados. (I – aves e mamíferos, 
					II – anfíbios, III – peixes, IV - répteis) 
				 
 
				
				 
				
				 
				
				 
				
				
				A Circulação nos humanos
				
				 
				
				O sistema circulatório humano consta de 
				coração e de vasos (sanguíneos e linfáticos). 
				
				
				 
				
				Os vasos sangüíneos estão 
				distribuídos em artérias, veias e capilares. 
				
				Fisiologicamente, a artéria difere da veia pelo 
				sentido do fluxo sangüíneo em seu interior. Assim, as artérias 
				transportam o sangue do coração aos tecidos enquanto as veias o 
				fazem dos tecidos ao coração. No interior das grandes veias há 
				válvulas para garantir o fluxo de sangue num só sentido.
				
				 Esses vasos estão ligados entre si de tal 
				maneira que o sangue completa o circuito sem sair deles. Por 
				isso se diz que essa circulação é fechada. 
				
				As artérias e veias se ramificam em vasos de 
				calibre menor chamados de arteríolas e vênulas, que terminam em 
				vasos de calibre muito pequeno, chamados de capilares.
				
				 
				
				O coração humano situa-se na caixa 
				torácica, num espaço denominado mediastino, entre os dois 
				pulmões. Tem o tamanho de um punho fechado. É um órgão musculoso 
				e oco, dividido em 4 compartimentos: átrios (dois 
				superiores) e ventrículos (dois inferiores). 
				
				O coração funciona como uma bomba hidráulica, 
				recolhendo e enviando o sangue para todas as partes do 
				organismo. Na realidade, são duas bombas, uma do lado direito, 
				formada pelo átrio e ventrículo direito e outra do lado 
				esquerdo, formada pelo átrio e ventrículo esquerdo. Do lado 
				direito circula o sangue venoso, que contém grande porcentagem 
				de CO2 e que vem dos órgãos e depois vai aos pulmões. 
				Do lado esquerdo circula sangue arterial, que contém grande 
				porcentagem de O2 e que vem dos pulmões e depois vai 
				aos demais órgãos. No coração, o sangue circula dos átrios para 
				os ventrículos. 
				
				 
				
				
				Para impedir o refluxo do sangue, o coração dispõe de válvulas: 
				a tricúspide situada no orifício atrioventricular direito e a 
				mitral ou bicúspide situada no orifício atrioventricular 
				esquerdo. Do ventrículo direito (4) o sangue segue para a 
				artéria pulmonar (9), e do ventrículo esquerdo (6) o sangue 
				segue para a artéria aorta (10). Na saída desses vasos existem 
				as válvulas semilunares ou sigmóides para impedir o retorno do 
				fluxo. O sangue de todo o organismo chega ao coração pelas veias 
				cavas (2-5) (entram no átrio direito - 3) e pelas veias 
				pulmonares (1-8) (entram no átrio esquerdo - 7).
				
				 
				
				
				
				 
				
				O coração é revestido por duas membranas serosas 
				(internamente pelo endocárdio e externamente pelo 
				pericárdio). Entre essas membranas há um músculo espesso 
				responsável pelo funcionamento do órgão (o miocárdio). O 
				ventrículo esquerdo tem a parede mais espessa, pois necessita 
				bombear o sangue para todo o corpo. 
				
				 
				
				O coração humano possui um automatismo próprio 
				devido a um tecido condutor especializado – o marca passo.
				
				
				O tecido cardíaco é capaz de se auto-estimular, 
				de tempos em tempos, mantendo o ritmo de funcionamento, 
				produzindo a contração do órgão, seguida de um relaxamento.
				
				
				Em cada contração do miocárdio a pressão 
				sangüínea, no adulto, se eleva para 12 cm/Hg; em cada 
				relaxamento a pressão cai para 8 cm/Hg. 
				
				Cada contração é denominada de sístole 
				(II e IV) e 
				cada relaxamento é denominado de diástole (I e III). 
				
				
				Tanto a 
				sístole como a diástole se iniciam nos átrios e terminam nos 
				ventrículos. O conjunto de uma sístole e uma diástole 
				denomina-se batimento cardíaco. Ao número de batimentos 
				cardíacos por minuto denomina-se freqüência cardíaca. 
				
				
				Em atividade normal, a freqüência cardíaca varia 
				em torno de 80, podendo aumentar em razão de exercícios físicos 
				ou estados emocionais. 
				
				Ao aumento da freqüência cardíaca denomina-se 
				taquicardia; a sua diminuição é a braquicardia.
				
				
				O tecido cardíaco está relacionado com o bulbo 
				nervoso (sistema nervoso autônomo). O hormônio acetilcolina 
				diminui a freqüência cardíaca enquanto a adrenalina aumenta.
				
				
				 
				
				
				
				 
				
				Durante a circulação, o sangue percorre dois 
				caminhos: a circulação pulmonar (pequeno) e a 
				circulação sistêmica (grande). 
				
				Na circulação pulmonar o sangue venoso sai do 
				ventrículo direito pela artéria pulmonar e vai aos pulmões, onde 
				ocorrem trocas gasosas, voltando arterial pelas veias pulmonares 
				e penetrando pelo átrio esquerdo. 
				
				 
				
				
				
				 
				
				Na circulação sistêmica o 
				sangue arterial sai do ventrículo esquerdo levando oxigênio a 
				todos os sistemas e volta venoso ao átrio direito.
				 
				
				
				 
				 
				
				
				
				Tipos de Circulação
				
				 
				
				Nos animais a circulação pode ser aberta ou 
				fechada.
				
				 
				
				A circulação aberta ocorre nos 
				artrópodes, moluscos e protocordados. É realizada por um 
				conjunto de vasos que se originam no coração e se ramificam 
				intensamente, terminando em cavidades (lacunas). Nessas lacunas 
				o sangue fornece nutrientes aos tecidos e recolhe os resíduos 
				metabólicos. Depois de irrigar os tecidos o sangue é captado por 
				outros vasos e volta ao coração. Durante esse trajeto o sangue 
				passa pelos órgãos respiratórios onde se realizam as trocas 
				gasosas, levando o oxigênio ao coração e ao resto do corpo. O 
				movimento do sangue é vagaroso, pois esses organismos não 
				necessitam de grandes quantidades de alimentos ou oxigênio.
				
				
				A circulação fechada ocorre nos 
				anelídeos e vertebrados. A corrente sangüínea é impulsionada 
				pelo coração ou vasos contráteis. O sangue se move rapidamente e 
				não sai dos vasos. 
				
				       
				
				Nos animais vertebrados, a circulação é fechada 
				e se divide em simples e dupla. 
				
				 
				
				A circulação é simples quando pelo 
				coração passa apenas o sangue venoso. Ocorre nos peixes e nos 
				ciclostomados. 
				
				A circulação é dupla quando pelo 
				coração passam sangue venoso e arterial. Ocorre nos anfíbios, 
				répteis, aves e mamíferos.
				
				 
				
				O coração dos peixes apresenta duas cavidades: 
				um átrio e um ventrículo. A circulação é fechada, simples e 
				completa. Do átrio o sangue venoso passa ao ventrículo, seguindo 
				pela artéria branquial que ao chegar nas brânquias se ramifica 
				em arteríolas e capilares. Aí acontecem as trocas gasosas, 
				perdendo CO2 e recebendo O2 o sangue fica arterial. Esse sangue 
				irriga todo o corpo, tornando-se venoso e voltando ao coração.
				
				O coração dos anfíbios compõe-se de três 
				cavidades: dois átrios e 1 ventrículo. O átrio direito recebe 
				sangue venoso proveniente dos órgãos. O átrio esquerdo recebe 
				sangue arterial dos pulmões. Os sangues venoso e arterial se 
				misturam no ventrículo e essa mistura segue para os órgãos. Dos 
				órgãos o sangue venoso retorna ao coração. A circulação é
				fechada e dupla, porém incompleta, pois 
				existe mistura dos sangues arterial e venoso.         
				
				
				O coração dos répteis em geral consta de 
				dois átrios e 1 ventrículo incompletamente separado em duas 
				lojas por um septo. No átrio direito entra sangue venoso e no 
				átrio esquerdo entra sangue arterial. No ventrículo esses 
				sangues se misturam. É uma circulação fechada, 
				dupla e incompleta, como nos anfíbios. Nos répteis 
				crocodilianos existe uma nítida separação do ventrículo em duas 
				lojas.
				
				O coração das aves e dos mamíferos 
				apresenta quatro cavidades (dois átrios e 2 ventrículos) e não 
				acontece mistura de sangues venoso e arterial. Nesses animais a
				circulação é fechada, dupla e completa.
				
				 
				
				Nos humanos, o sangue completa uma volta 
				(coração -> tecidos -> coração) em menos de um minuto. 
				
				
				 
				
				
				
				 
				
				 
				
				
				A Circulação Linfática
				
				 
				
				Nos interstícios dos tecidos, onde se encontram 
				os capilares sanguíneos, existem também capilares linfáticos que 
				convergem para vasos linfáticos. Ao longo desses vasos existem 
				nódulos ganglionares chamados de gânglios linfáticos ou 
				linfonodos. Esses gânglios estão distribuídos em diferentes 
				áreas do corpo. Neles se formam os linfócitos (leucócitos 
				especializados em produzir anticorpos). Esses leucócitos, 
				misturados com plasma, formam a linfa.
				
				 
				
				Quando algum componente estranho ao organismo 
				(vírus, bactéria, etc.) invade os tecidos, os gânglios ficam 
				intumescidos devido a uma superprodução de leucócitos.  
				
				
				Além da função de defesa contra micróbios, o 
				sistema linfático absorve, no intestino, os produtos da digestão 
				das gorduras (ácidos graxos e glicerol) e os distribui para o 
				sangue.
				
				Os vasos linfáticos se reúnem e terminam em dois 
				grandes vasos: o canal torácico que se comunica com a veia 
				subclávia esquerda, e a grande veia linfática que termina na 
				veia subclávia direita. Dessa forma a linfa é devolvida para o 
				sangue.
				
				 
				 
				
				 
				
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