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A Excreção

A eliminação de produtos indesejáveis

 

Nos animais, a oxidação de materiais derivados dos alimentos para a liberação de energia, sejam eles proteínas, carboidratos ou lipídios, produz CO2 e H2O. 

Como as proteínas contêm o nitrogênio em sua composição originam, também, catabólitos nitrogenados como a uréia, a amônia e o ácido úrico.

O sangue, ou o fluido corpóreo deve ter uma composição mais ou menos constante para que haja um equilíbrio dinâmico (homeostase). Logo, alguns compostos não podem permanecer no organismo ou por serem prejudiciais ou por estarem em excesso.

 

A eliminação dos resíduos do metabolismo (catabólitos) e das substâncias em excesso denomina-se excreção.

 

Portanto as fezes não constituem excreção, pois são originadas de produtos não digeridos e que não foram absorvidos pelas células, formando apenas materiais de egestão. O CO2 é eliminado através dos órgãos respiratórios ou através da superfície do corpo. Os demais compostos são eliminados através de estruturas que variam conforme a espécie.

 

Parte da excreção dos vegetais ocorre no nível celular; os resíduos, como o ácido oxálico, permanecem no interior da célula na forma de cristais. O amoníaco e o CO2 podem ser levados para as folhas pelos vasos lenhosos e aproveitados na fotossíntese ou eliminados pelos estômatos por transpiração. Em algumas plantas existem aberturas nas bordas das folhas, os hidatódios, que eliminam água na forma líquida. Muitos resíduos vegetais são eliminados por meio da queda das folhas ou armazenados em estado sólido no interior do caule. 

 

A Excreção dos Compostos Nitrogenados nos Animais

 

Da digestão das proteínas resultam os aminoácidos que, depois de absorvidos, podem ter dois destinos:

 

Alguns serão utilizados pelos ribossomos para a síntese de novas proteínas;

Outros serão oxidados para fornecer energia. Nesse caso, os aminoácidos liberam grupos NH2 que vão formar a amônia (NH3). Como a amônia é um produto muito tóxico e bastante solúvel na água deve ser eliminada. Nos animais aquáticos esse processo é facilitado pela grande quantidade de água que eliminam. Nos animais terrestres, a amônia é convertida, no fígado, em uréia e ácido úrico.

 

Os animais apresentam formas diferentes de eliminar os compostos nitrogenados

  • Os aquáticos: esponjas, celenterados, crustáceos, moluscos, equinodermos, larvas de anfíbios e peixes ósseos eliminam amônia e grande quantidade de água (amoniotélicos);

  • Anfíbios adultos, peixes cartilaginosos e mamíferos eliminam uréia, acompanhada de certa quantidade de água (ureotélicos);

  • Os insetos, os répteis e as aves eliminam ácido úrico e pouquíssima água, pois o ácido úrico é praticamente insolúvel em água (uricotélicos)

Nos animais vertebrados a excreção é feita por meio dos rins que retiram os resíduos do sangue. O sistema urinário dos mamíferos é formado por dois rins e pelas vias urinárias (bacinetes, ureteres, bexiga e uretra).

 

Os rins são dois órgãos castanho-avermelhados, situados na parte posterior da cavidade abdominal logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral. Têm formato semelhante a um feijão. Apresentam uma face convexa e outra côncava, de onde saem o bacinete, vasos sangüíneos e nervos. São envolvidos por uma cápsula de tecido conjuntivo.

 

1 - rins, 2 - ureteres, 3 - bexiga e 4 - uretra.

 

A unidade renal responsável pela filtração do sangue e formação da urina é chamada de néfron e é constituída pelo glomérulo renal e túbulo urinífero.

 

 

 

 

Nos humanos, a excreção de CO2 e vapor de água é feita através dos pulmões; a de suor pela pele; e a de urina pelos rins.

A pele, além de ser um órgão especializado para a excreção, relaciona-se também com a manutenção da temperatura corporal. A evaporação do suor retira o excesso de calor do corpo e do ar próximo à sua superfície. O sistema urinário elimina os compostos nitrogenados e o excesso de água e de sais minerais do corpo, assegurando que o seu volume líquido e a sua pressão osmótica se mantenham constantes.

 

São três as funções básicas dos rins:  

  • remoção de resíduos do plasma;

  • controle da quantidade de água e sais nos líquidos corpóreos;

  • manutenção de um pH que produz leve alcalinidade nos fluidos orgânicos.

 

O trabalho renal engloba dois processos:

Ultrafiltração do plasma sangüíneo nos glomérulos renais;

Reabsorção de algumas substâncias do filtrado capsular, nos túbulos renais.

 

Por ultrafiltração entende-se o processo pelo qual o sangue, ao passar pelos glomérulos, perde substâncias de baixo peso molecular. São filtrados, por dia, cerca de 180 litros de fluido. A média de volume urinário produzido diariamente é de cerca de 1,5 litros. Isso significa que grande parte da água filtrada é reabsorvida juntamente com outras substâncias. No filtrado capsular encontra-se água, íons (Na+, Cl-, etc.), glicose, aminoácidos, amônia, uréia, ácido úrico, pigmentos amarelos, etc. O Na+, a glicose e certos aminoácidos são reabsorvidos.

 

Quando a glicose não é reabsorvida integralmente, parte dela é eliminada através da urina, caracterizando o diabetes melito (glicosúria). A reabsorção do excesso de água do filtrado capsular é controlada pelo hormônio vasopressina ou antidiurético (ADH).

 

 

A Osmorregulação nos Animais

 

Toda vez que o suprimento de água para o organismo se reduz, a concentração do ADH tende a aumentar no sangue e os rins passam a reter mais água e a quantidade de urina diminui. Ao contrário, quando o organismo está bem suprido de água a concentração de ADH diminui no sangue, a reabsorção de água pelos rins se reduz e a urina aumenta em quantidade.

 

As perturbações na produção de ADH causam o diabetes insípido, anomalia na qual o indivíduo, não produzindo ADH, elimina grandes quantidades de urina diluída (poliúria) e conseqüentemente ingere grandes quantidades de água.

 

Certas substâncias, como o álcool, bloqueiam a síntese de ADH.

Por isso, após uma bebedeira o indivíduo urina muito.

Perdendo água, passa a sentir muita sede (ressaca).

 

Em protozoários, peixes e outros animais o equilíbrio osmótico depende da água e da concentração salina.

Os protozoários marinhos são isotônicos em relação ao meio e não necessitam de osmorregulação.

Os protozoários de água doce são hipertônicos em relação ao meio e absorvem água através da membrana.

O excesso de água é eliminado através de vacúolos.

Certos répteis e aves eliminam o excesso de sal por meio de glândulas.

 

 

 

 

 

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Amara Maria Pedrosa Silva

 

Atualizado em: terça-feira, 07 de setembro de 2021